Como tocar


O handpan nasceu na Suíça no ano 2000, pela companhia PanArt, que registou o instrumento como Hang. O instrumento foi inspirado nos steel pan da Trindade e Tobago e no ghatam da Índia.
Com o passar do tempo, foram aparecendo construtores um pouco por todo o Mundo, sendo na Europa que a maioria se concentra.
Actualmente são atribuídos vários nomes para o instrumento, como Escultura de Som (sound sculpture), Pantam (corrente israelita que mistura 2 instrumentos pan e ghatam) e handpan, sendo o último o mais aceite pela comunidade.
O instrumento é considerado um idiofone, fazendo parte da família mais pequena de instrumentos de percussão melódica.
Semelhante a um disco voador ou mesmo uma wok, é composto por duas partes distintas que são coladas formando uma só parte. A parte de cima tem uma nota central, chamada de ding, geralmente a nota mais grave, que é convexa, ao contrário de todas as outras notas que são côncavas. Geralmente apresenta 8 a 9 notas, contando com a nota central. A parte de baixo tem uma abertura circular, que se chama gu, podendo esta também ser usado como instrumento musical (ghatan). A parte de baixo pode ainda ter notas extra, que, embora sejam mais difíceis de tocar, conferem ao instrumento maior versatilidade na construção musical e improvisação.
A escala desenvolve-se de forma cruzada, sendo que normalmente a segunda nota mais grave fica virada para nós (ou, ao contrário, a aguda). Como já vimos, existem diferentes escalas (ver a página referente a escalas), sendo que todas elas se desenvolvem desde a nota mais grave até à mais aguda. Como já falámos, cada nota terá uma parte côncava ou convexa e à sua volta tem o corpo da nota - é nesta parte que se toca, na maioria das vezes. No caso do ding, pode-se tocar também na parte convexa. As notas (quase todas, nos dias que correm) são ovais, então, cada nota é composta por 3 notas, ou seja, a fundamental (que é a predominante, aquele que se ouve melhor), a oitava (no eixo maior) e a quinta (no eixo menor). É ao redor da cavidade que devemos tocar, sendo que no eixo maior ouvimos mais a fundamental e a oitava e no eixo menor a fundamental e a quinta. Imaginemos a nota central é um Dó3 (o 3 corresponde ao nº da oitava, sendo que cada oitava é o intervalo entre as 8 notas ( dó, ré, mi, fá, sol, lá, si e dó). A oitava do Dó3 é o Dó4 (ou seja, uma oitava mais aguda) e a quinta (corresponde ao intervalo de 5 notas, normalmente, chamado de harmónico perfeito) e do Dó4 é o Sol5 (noutra oitava ainda mais aguda). Esta é a parte mais complexa, contudo, depois de percebido, não tem nada que enganar e, na verdade, esta parte nem é muito importante, apenas serve para percebermos a razão pela qual o instrumento tem um som tão mágico, divinal e profundo.

Vamos à parte técnica!
Mas antes de começarmos a tocar, devemos fazer um pequeno aquecimento, o que pode parecer estranho, mas não é, na realidade. O instrumento é "viciante". Por mais que pensemos que "são só 5 minutos", esses 5 minutos transformar-se-ão em 30 minutos facilmente... O tempo voa e nem damos por isso. E quanto mais tocarmos, mais facilidade temos em não pensar, deixar-mo-nos ir, e aí o tempo ainda passará mais rápido ;) Vamos então aquecer os dedos individualmente, rodando cada dedo, puxando para cima e para baixo, encolhendo e esticando... Depois a mão abre e fecha e, ao abrir, esticamos os dedos para trás com o auxílio da outra mão. Vamos ao pulso, rodando bem em ambos os sentidos. Por último, vamos aos cotovelos, rodando em ambos os sentidos.
Ainda antes de passar ao toque, é muito importante tomarmos consciência da nossa postura. Não esquecer de manter as costas direitas!
Os dedos mais usados são o indicador, o polegar e dedo médio, contudo, todos os dedos podem ser usados. Para desenvolver o toque de todos os dedos podemos tocar nas várias notas com um dedo de cada vez, tocando com todos os dedos, e repetindo o exercício com a outra mão. O polegar, muitas vezes, ajuda a tirar melhor som nas 3 notas que estão mais próximas de nós, em que tocar com os outros dedos é um pouco mais difícil.
O toque deve ser suave (não é necessário tocar com muita força), contudo, tem que ser firme e tem que bater com a palma do dedo de forma paralela. Terá de ser um toque rápido (como se o metal estivesse quente, pois se for lento irá abafar o som).
A partir daqui é tocar até conseguirmos tirar o som perfeito. Isso só vai acontecer com a prática, depois de algumas horas a tocar. No início parece fácil, depois de tocar parece difícil, mas depois de se acostumar ao toque é muito fácil e o melhor está mesmo a chegar... explorar a escala com combinações de 2 e 3 notas, explorar ritmos, tocar intuitivamente, etc.
Com o básico do instrumento estamos prontos para começar a explorar os diferentes e vários tutoriais disponíveis na Internet (sobretudo no youtube).